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Remando - Limpeza dos mananciais

29/05/2013 22:08

CAPS AD INFANTO JUVENIL PROMOVE COLETA DE LIXO NAS MARGENS DA BILLINGS – PROJETO REMANDO PARA AVIDA

 

           Em comemoração do Dia Mundial da Água (06 de Abril de 2013) os adolescentes que realizam tratamento em uso e abuso de (spa´s) substâncias psicoativas do Caps Alcool e Drogas Infanto Juvenil III, promoveram a limpeza das margens da Represa Billings, onde acontece semanalmente o Projeto Remando para a Vida (canoagem, caiaquismo, stand up)

            A ação associa uma atividade esportiva e de caráter sustentável enfocando novas possibilidades de convívio social e apropriação de equipamentos públicos.

          Segundo o coordenador da oficina, Professor de Educação Física Ricardo, é importante aos adolescentes a conscientização em relação a necessidade de preservação e respeito ao meio ambiente. Ainda assim, devolvem a natureza aquilo que ela possibilita a eles em relação ao contato direto com o meio ambiente e utilização dos manaciais do Parque Estoril.

 

PROJETO REMANDO PARA A VIDA - CAIAQUISMO/CANOAGEM E STAND UP

08/04/2013 18:02

REMANDO PARA A VIDA - PROF. RICARDO 

Apresentação do Projeto

O Projeto Remando para a Vida constitui-se em uma idéia inovadora na área da saúde mental, levando a atividade física regular e planejada (canoagem/caiaquismo) de caráter em ação e aventura, em águas abertas (Represa Billings/mananciais do município) aos adolescentes usuários do serviço Caps Álcool e Drogas Infanto Juvenil (serviço pioneiro no país na modalidade III para adolescentes em tratamento de uso e abuso de SPA´s –Substâncias Psico Ativas). Fruto da parceria entre a Secretaria de Saúde, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, a Secretaria de Esportes e a  Secretaria de Segurança Urbana da PMSBC (ampliação e interligação intersetorial) além da participação social através do treinador da seleção olímpica de canoagem do Brasil Akos Angyal como colaborador da iniciativa.

 Contribui ainda na construção de novas possibilidades e condições de vida para os usuários da rede de saúde mental, ampliando os espaços de convívio e a construção de laços sociais, bem como a apropriação dos recursos do território como um ambiente de construção de autonomia e exercício de direitos. Enfoca ainda, dentro dos projetos singulares desenvolvidos pela equipe multidisciplinar do Caps, a reabilitação biopsicossocial do sujeito bem como a expansão às famílias, para que usufruam do mesmo projeto.

Recentemente reconhecido pelo poder público de São Bernardo do Campo como projeto referência na área de cuidados aos adolescentes da região e interligando a rede de serviços em prol da reforma psiquiátrica vivente no país, a iniciativa Remando para a Vida oferece, dentro dos projetos terapêuticos individuais dos usuários, vivências em esportes de ação e aventura, interação com o meio ambiente e exercícios de caráter aeróbio/cíclico para os jovens que utilizam os serviços em Saúde Mental (tratamento em uso e abuso de álcool e outras drogas) do CAPS AD III infanto-juvenil, estando aberto também, inicialmente, para usuários do Programa de Redução de Danos / Consultório de Rua. Conta ainda com a utilização e apropriação de recursos disponíveis no território (Parque Estoril) como área para banho, zoológico, trilha do saber / caminhada ecológica e utilização do teleférico do parque.

O Projeto iniciou-se em Abril de 2012 e beneficia todos os usuários atendidos pelo Caps AD i III e também adolescentes que apresentam algum tipo de envolvimento com álcool e outras drogas, identificados estes pela rede básica de saúde do município e também pelos colégios da região e que residam no bairro do Riacho Grande (região vulnerável, deslocada da área central do município e que comporta cerca de 80.000 moradores) estando aberto a indicações de usuários propensos a este atividade identificados pelo Programa de Consultório de Rua e Programa de Redução de Danos.

Assim, o projeto contempla o fortalecimento das práticas físicas e regulares dos adolescentes atendidos pelo Caps AD i III unindo articulações entre as secretarias municipais envolvidas no projeto caracterizando um trabalho amplamente intersetorial e de protagonismo social e civil.

As oficinas acontecem semanalmente nas dependências do Parque Estoril e buscam fortalecer laços positivos através de vivências em esporte, lazer, qualidade de vida e interação junto ao meio ambiente. Fortalece ainda usuários e familiares ligando o projeto aos recursos do território em relação às práticas em esporte, lazer e qualidade de vida, garantindo assim o exercício de direitos de cidadania e produção de novas possibilidades não somente para os projetos singulares desenvolvidos pelo CAPS, mas também para os projetos de vida (Portaria GM n. 854. DE 22 DE Agosto de 2012)

Este projeto é ministrado por profissional de educação física do CAPS AD III Infanto-Juvenil regularizado junto ao CREF (Conselho Regional de Educação Física), com suporte e orientação de sua equipe interdisciplinar em território, caracterizando um olhar multiplicador e de enorme riqueza . Conta ainda, com a gentil disponibilização dos equipamentos do treinador olímpico de canoagem Akos Angyal, com o apoio do Programa de Redução de Danos / Consultório de Rua, através da cessão de transporte e orientações referentes à redução de danos,e ainda suporte da equipe de salvamento da GCM  Ambiental em água para garantir a total segurança do projeto equipados com Jet ski´s e barcos a motores para qualquer salvamento que se torne necessário.Todos os adolescentes são devidamente protegidos por coletes salva vidas.

A viabilização para utilização dos espaços do Parque Estoril foi realizada através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo e junto à coordenação do Parque Estoril .

 

A Surpreendente história de Miguel

15/11/2012 08:50

Capoeira unindo famílias e corações - Zum Zum Zum, capoeira Acha um!

 
 
 
 
 

Capoeira unindo famílias e corações - Zum Zum Zum, Capoeira Acha um!

Miguel nas dependências do CAPS III de São Bernardo do Campo, vínculo precioso com a capoeira.

 

DURANTE RODA DE CAPOEIRA, MEMÓRIA DE MIGUEL(PACIENTE COM TRANSTORNO MENTAL) TEM INSIGHT INCRÍVEL

 

 

Interno estava sem contato com a família há 26 anos e não se lembrava de nada em relação a sua vida, mas na roda, teve a capacidade de expressar verdades escondidas.

 

    Mais um caso envolvendo usuário do serviço de saúde de São Bernardo obteve um final feliz. Desaparecido há 26 anos, Miguel Ribeiro, paciente da Residência Terapêutica Masculina da cidade, finalmente reencontrou seus familiares. Curiosa foi a circunstância como se deu este reencontro. Miguel não trazia lembrança alguma em relação à história de sua vida e não verbalizava nenhuma informação que pudesse levar ao paradeiro de seus familiares, amigos ou mesmo algo que sinalizasse sobre sua trajetória.
    E foi durante uma roda de capoeira comemorativa ao aniversário do Caps III para pacientes com transtornos mentais realizada pelos adolescentes que utilizam o serviço de saúde mental Caps ad Infanto Juvenil (tratamento em uso e abuso de álcool de outras drogas) realizado pelo Projeto Beija-Flor Capoeira com supervisão do Professor de Educação Física do Caps Infanto Juvenil da PMSBC, Ricardo. (Os Caps, são centros de atenção psicossocial que substituem os hospitais psiquiátricos e humanizam o tratamento dos usuários dos serviços em saúde mental)

    O momento era de muita energia e contemplação, já que vários usuários da rede em saúde mental da PMSBC interagiam e entravam na roda de capoeira. Num destes momentos, Miguel que hoje está com 49 anos batia palmas sentado na roda e sussurrava algumas cantigas que eram cantadas.
“Foi neste momento que percebi que o Miguel tinha no mínimo, alguma vivência com a arte capoeira já que ele se lembrava de alguns refrões de músicas específicas da roda” relata o Professor. 

    Miguel então foi convidado para jogar pelo professor e durante o jogo alémde continuar cantando as músicas ele começou a citar o nome de seu Mestre, oMestre Zulu.
   “Por algumas vezes ele falava no Mestre Zulu, Salve Mestre! Salve Mestre Zulu! enquanto minimamente conseguia construir um ou outro movimento. Percebi este detalhe e assim a roda transcorreu e ao final dela, conversei com a equipe multiprofissional do Caps III da PMSBC e uma das funcionárias, a enfermeira Tatiane Janaina Arrais localizou assim o Mestre Zulu, sua escola de capoeira e também onde Miguel havia cursado o supletivo quando jovem na Escola Estadual Ernestino Lopes da Silva, localizada na Zona Sul de São Paulo.

  A equipe da Residência Terapêutica Masculina entrou então em contato coma instituição de ensino e localizou a vice-diretora Luci Billig Costa, que tinha sido professora do paciente e encontrou os familiares de Miguel, que residem em uma colônia alemã em São Paulo.

    Miguel, que foi interno do Hospital Lacan durante 10 anos, possui mãe com 80 anos e mais 10 irmãos. Um deles, Benedito João Ribeiro, foi quem o visitou e trouxe alguns documentos, como a carteira profissional do paciente. Ele contaque o transtorno mental de Miguel iniciou entre os 15 e 17 anos, ainda quando trabalhava em uma oficina mecânica. Depois foi internado em um hospital psiquiátrico em Sorocaba e, no dia seguinte do Natal, no qual passou com afamília, desapareceu. Os familiares o procuraram em hospitais, delegacias e até no IML (Instituto Médico Legal) e ainda hoje buscavam informações sobre o destino de Miguel.
   Este fim de semana Miguel passou na casa da família e, nesta segunda-feira ,retornou à Residência Terapêutica Masculina. O CAPS III de São Bernardo irá ainda acompanhar Miguel durante o período de transição e entrará em contato com a Prefeitura de São Paulo a fim de localizar um serviço psiquiátrico próximo de sua nova residência para que continue o tratamento.

   “Não sabemos ao certo qual mecanismo cerebral ativou a memória do Miguele como ele conseguiu relembrar algo ocorrido há 30 anos até em razão da sua condição psíquica que dificulta este processo. O certo é que o ritmo da capoeira traz muito da ancestralidade e instintos primitivos enraizados no ser humano.Talvez este mecanismos cerebral não tenha ocorrido na história de Miguel. Ou talvez tenha em forma de insight, uma memória reativada” relata o Professor Ricardo. O certo é que Miguel pode agora abraçar seus irmãos e também a sua mãe e eles  possuem a certeza de que Miguel necessita da atenção e dos cuidados de sua família. Zum Zum Zum, capoeira Acha um!!!!dois!!!três!!!!muitos!


Ricardo Costa (Beija-Flor)
https://projetobeijaflorcapoeira.webnode.com
e-mail: beijaflor@portalcapoeira.com

 

Artigo: O Brincar na 1ª Infância: Subsídios para sua aula de capoeira infantil

02/10/2012 10:25

O Brincar na 1ª Infância: Subsídios para sua aula de capoeira infantil

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Nas atividades da educação infantil, devemos respeitar e utilizar as sugestões das crianças! São especialistas neste assunto. Esta afirmação é constatada nas mais diversas literaturas e apoiada pelos PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. A criança de fato é fonte de sabedoria em brincar, propor atividades e além de tudo explicar esta atividade. Fenômeno ocorrido normalmente dentro do ambiente escolar.

Muitas vezes o professor leva certo tempo tentando esclarecer sobre um jogo ou atividade que irá ser realizada, enquanto a criança consegue expressar de maneira mais clara e objetiva o que se quer propor. E já que a ação do professor na Educação Física Infantil, como citado anteriormente, é decorrente do conhecer e saber sobre o “mundo” das crianças, porque não entrarmos neste universo estando sempre prontos a brincar e falando a língua universal à todos “pequenos” ; a ludicidade.

KISHIMOTO (1998) em relação à brincadeira diz que; se brincar é essencial é porque é brincando que a criança se mostra criativa. Brincar é visto como um mecanismo psicológico que garante ao sujeito manter uma certa distância em relação ao real, fiel, na concepção de FREUD, citado por KISHIMOTO (1998) que vê no brincar o modelo do princípio de prazer oposto ao principio da realidade.

capoeira infantil capoeira infantil Ou seja, brincar é unidade fundamental para ensinar na primeira infância. É nele que a criança transcende o seu cotidiano e transforma o natural, o simples em maravilhoso e belo. Não precisa de recursos tecnológicos ou modernos programas de computadores, precisa é de sucata, bola de meia, um anel, material reciclável e às vezes não precisa de material algum, somente de uma criança.

Segundo FROEBEL, citado por KISHIMOTO (1998), a brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo. A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado e capaz de auto-sacrifício para a promoção do seu bem e de outros. Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial é altamente sério e de profunda significação.

FREIRE (1996) destacando o poder que a criança possui em relação as suas experiências, pergunta: Por onde poderíamos começar, senão pelo conhecimento que a própria criança possui ao entrar na escola? Não é isso o que dizem a respeito da alfabetização Emilia Ferreiro, autora que conquistou a admiração de muita gente.

O que se vê, na maioria das vezes, é uma quase total desconsideração, por parte da escola, do conhecimento que toda criança com certeza possui.

Além de constituir um importante alicerce para a cultura adulta, as atividades culturais infantis, comportam um espaço livre de pressões adultas para o exercício de componentes não “bem aceitos” pelos mais velhos. Tratam-se especialmente, daqueles aspectos de ordem afetiva e sexual, como os que se vêem nos brinquedos de “casinha” ou “papai e mamãe”, camuflados num cenário de ingenuidade infantil. Em relação a outros aspectos, como o cognitivo ou o motor, basta saber ver o envolvimento em brincadeiras como amarelinha, garrafão ou mãe da rua, por exemplo. Bem mais que a escola, o brinquedo infantil tem cumprido a importante missão de aperfeiçoar o acervo motor, elevando-o ao nível necessário para se dar conta das solicitações, que o ingresso no mundo de amplas relações sociais da escola exige.

E sendo a criança, o melhor engenheiro deste brinquedo, as possibilidades de construção e opiniões que se transformam em realidades são imensas. Basta ao professor, respeitar os conhecimentos do aluno e garantir a sua participação efetiva neste sentido. Abrindo o espaço para oficinas de brinquedos, utilizando-se de sucatas e materiais recicláveis e também trazendo para as aulas, simples materiais como um cabo de vassoura que certamente se transformará num cavalo mágico ou num avião.

A concepção do Brincar de FROEBEL se amarra aos princípios da abordagem construtivista que enxerga no brincar e no lúdico um caminho de sucesso para o desenvolvimento pleno da criança nas aulas de educação física escolar. Com base nestas frentes que enfatizam o lúdico, podemos ainda pensar em diferentes possibilidades como fontes inesgotáveis de possibilidades recreativas. Em manifestações culturais e folclóricas que se tornaram, com o passar da história, objetos de estudo dentro do universo do aprendizado e também do saber.

A cultura é inesgotável, fonte de águas límpidas e que mexe com os sentimentos não só de pesquisadores e historiadores, mas também, e podemos afirmar que; principalmente das crianças.

Ao relatarmos alguns pontos, que consideramos relevantes, dentro da Educação Física Infantil, procuramos nos situar para então dar início nas pesquisas de nosso objeto de estudo: o ensino da capoeira para crianças, especialmente em idade de primeira infância (02 à 06 anos); misto de dança, jogo, e luta. cultura, arte, expressão, sentimento e paixão declarada na face de seus praticantes.

capoeira infantil capoeira infantil Segundo Vicente Ferreira Pastinha, o mestre Pastinha, um dos principais mestres de capoeira de todos os tempos, o seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio dos mestres. Algo mutável, conforme a própria realidade nos aponta. Começou nos engenhos ou porões dos navios negreiros e hoje é disciplina em universidades, objeto de estudos, e ferramenta de trabalho para muitos educadores. Já implantada por diversas instituições de ensino e utilizada para se abrir, uma série de outras possibilidades de vivenciar a cultura através da herança dos africanos, trazidos para o trabalho escravo no Brasil.

São estas possibilidades citadas, o maculelê1, o samba de roda2 , a puxada-de-rede3 as danças regionais como o carimbó4, a catira5 e o maracatu6, enfim; uma série de temas trabalhados juntamente com a herança cultural dos africanos e levando ao professor um “arsenal” de brincadeiras e possibilidades.

Propondo tais atividades, o educador poderá adaptar as tradições de danças regionais e o folclore dos índios e escravos, jogos e brincadeiras dentro do universo da educação infantil. Assim, as crianças vivenciam possibilidades de conhecimentos múltiplos dentro de temas culturais, passam a adquirir um caráter crítico e analítico das situações, pois, vão construir os seus pensamentos em relação às atividades propostas e não irão receber algo pronto a acabado, pois; a cultura é inesgotável, abrindo a possibilidade de novas vivências e “pesquisas” sobre o assunto.



1- Dança realizada com bastões simulando a cana-de-açucar e os combates entre capitães-do-mato e escravos dentro dos canaviais; oriundo de rituais indígenas praticados também pelos escravos.
2- O início do samba, também chamado de semba e realizado sempre em rodas em razão das tradições da cultura indígena e escravocrata.
3- Manifestação do povo caiçara que relata o sofrimento e a alegria dos pescadores voltando do mar.
4-5-6- Danças regionais praticadas principalmente no Estado do Maranhão .BR.



SUGESTÕES DE LITERATURA

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias- São Paulo:Pioneira,1998

FREIRE, João Batista; SCAGLIA, José Alcides. Educação como Prática Corporal – São Paulo: Scipione, 2003

COSTA, Caio Martins ;SILVA, Marcelo Barros. Parâmetros Curriculares Nacionais
Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação Fundamental
Terceiro e Quarto Ciclo do Ensino Fundamental

RICARDO AUGUSTO COSTA (PROFESSOR BEIJA-FLOR)
SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP

Maiores informações sobre capoeira infantil e adaptada
e-mail: beijaflor@portalcapoeira.com


 

 

Artigo: Fábrica de Neurotransmissores

02/10/2012 10:17

Capoeira: A Fábrica de Neurotransmissores

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Atividades prazerosas com a arte capoeira otimizam o bem estar, a alegria e o mais importante: viciam!

Diversos estudos e comprovações científicas (e porque não também empíricas; ou seja; baseada na prática e na vivência) em relação aos benefícios das práticas corporais e atividades físicas planejadas apontam para a necessidade de tal estilo de vida para as pessoas ou ao menos um esforço para cumprir a meta de 30 minutos de exercícios ininterruptos 03 ou 04 vezes por semana. Ainda neste sentido, a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que para a pessoa não se caracterizar sedentária, ela deve dar no mínimo 10.000 passos diários. Então, adquira um pedômetro (aparelho que monitora distância e passos) e veja se consegue atingir tal marca. Imaginando o estilo de vida das pessoas atualmente, em principal nas grandes metrópoles, esta resposta nem precisaria de aferição. Seria NÃO. Levando-se em consideração as tecnologias advindas do capitalismo (Karl Marx já previa isto há tempos) e a escassez de tempo das pessoas.

AULAS DE CAPOEIRA: AUMENTO DE PRATICANTES NAS ACADEMIAS DO MUNDO AULAS DE capoeira: AUMENTO DE PRATICANTES NAS ACADEMIAS DO MUNDO Estranho é que mesmo com tanto incentivo e informação, um número significativo de pessoas, ou seja, uma parcela enorme da sociedade, ainda não se deu conta da tamanha necessidade de em se realizar atividades físicas planejadas e levão um padrão de vida parcialmente ou totalmente sedentário. Parcial, pois existem os “boleiros por uma noite” que justificam o seu sedentarismo relatando jogar aquele futebol uma vez por semana com os colegas. Dois tempos de 20 minutos, a maior parte do tempo fatigado (cansado) e ainda correndo um risco enorme de uma lesão muscular ou ainda de uma parada cardíaca súbita (o que não é raro de se ver nas famosas quadras society espalhadas pelo mundo) e depois do jogo muita carne vermelha, álcool e cigarro. Será que isto não é ser sedentário? E os totalmente imóveis, que até para comer não saem do carro. Preferem as longas filas onde se pede a “refeição” (no geral lanches e refrigerantes) e come-se ali mesmo olhando o pára-brisa do automóvel. Estes possuem uma rotina diária que alterna carro, elevador, mesa, computador, elevador, carro, sofá e cama. Leia novamente com calma: carro, elevador, mesa, computador, elevador, carro, sofá e cama e agora pense se não funciona assim mesmo! E no dia seguinte a mesma rotina e os mesmos problemas causados pelo stress da vida agitada, má alimentação, hipocinética (ausência de movimentos) e escassez de lazer e recreação.

Vamos ser realistas aqui, certamente que houve um aumento de praticantes regulares de atividades físicas planejadas e periódicas. Hoje, os parques e as praças estão sendo mais freqüentadas, as academias ganham a cada dia mais adeptos, as praias estão repletas de pessoas realizando algum tipo de exercício físico e mesmo as ruas estão sendo usadas e adaptadas para práticas corporais como caminhadas, corridas, ciclismo ou qualquer outra prática que movimente o corpo. Mas se fossemos dimensionar isto, certamente a parcela de acomodados e sedentários seria muito, mas muito maior em ralação aos ativos.

Todos nós sabemos que o tempo hoje em dia é um vilão para muitas pessoas. Jornadas incansáveis de trabalho, o trânsito das grandes metrópoles, as responsabilidades financeiras e sociais e o apego fiel a moderna “caixinha” ou “caixona” que liga o cidadão ao mundo; a TV. E agora outro sonho de consumo que está cada dia menor (em tamanho) e maior (em vendas); os PC´s; sedutores e altamente envolventes!

Incrível como se ouve por ai as mil e uma desculpas para não se iniciar um programa de exercícios ou até mesmo um encontro com amigos para uma simples caminhada.                 Prorroga-se ao máximo aquela matricula na academia, o compromisso de estar três ou quatro vezes por semana no parque para caminhar e quando se vai empurrando isto literalmente com a barriga, que certamente a esta altura já deve estar bem grande, espera-se o primeiro dia do ano para dizer: a partir do ano que vêm em janeiro, começarei a me cuidar. E de janeiro passa para fevereiro e daí para março e por ai vai até aguardar pelo próximo ano. Certamente, estas pessoas ainda não sentiram na pele (e na mente) a agradável sensação de bem estar, conforto e alegria proporcionados por uma boa aula de caráter aeróbio ou uma sessão de trabalhos com pesos.

Pós-exercício, o corpo tende a liberar diversos neurotransmissores que ativam a produção de hormônios destacando entre esses a beta endorfina, a serotonina, a noradrenalina e a dopamina que proporcionam diversas sensações ligadas ao prazer, alegria e bem estar corporal. É comum também, em conseqüência ao programa de exercícios realizados, a melhora do descansar, do repouso e do sono. O corpo busca por um equilíbrio maior, regulando diversas funções enquanto nos encontramos em estado de metabolismo basal, ou seja, em sono profundo.

Outro fator importante que observamos quando se adere às práticas de exercícios físicos dirigidos é a atenção voltada para a alimentação. A pessoa passa a se preocupar mais em se alimentar de maneira adequada eliminado alguns exageros e prestando a atenção ao que ingere pré treino, pós treino e também no decorrer do dia. Só não se pode neste momento achar que após uma sessão de exercícios, pode-se ingerir aquele pedaço recheado de bolo ou aquele lanche com muitas calorias só porque acabou de malhar. Mero engano. Se a pessoa gastou 500 calorias em sua sessão de exercícios e logo após ingere 700 ou 800 calorias entra em saldo positivo. Positivo! Que bom não é? Não! Saldo positivo de calorias; e conseqüentemente de tecido adiposo, ou seja: gordura visceral e também subcutânea. Se ingerir mais calorias do que se gasta, é esta a conseqüência: aumento na balança. Mas não de massa muscular magra, mas sim de gordura; a vilã. Mas será que é mesmo tão vilã assim?

Certamente não, a gordura tem função primordial no organismo. Além de fornecer energia (calorias/combustível) para as práticas rotineiras, ela também tem função termo regulatória e de transporte de nutrientes em especial de vitaminas. Desempenha também papel primordial quanto à produção hormonal e todos os seres humanos dependem dela sim. Só que de maneira balanceada. Ao contrário, ela pode se transformar em sobrepeso ou ainda obesidade mórbida o que não é raro de se ver hoje em dia. Aliás, é bem comum. São as pessoas que já encontram dificuldade de mobilidade/locomoção e os órgãos internos já se encontram com o funcionamento prejudicado em decorrência de tanta gordura corporal (visceral e subcutânea). Aí que entram as famosas cirurgias para redução estomacal, lipoaspirações e demais técnicas incisivas de controle de peso. Em muitos destes casos a questão está ligada com problemas de produção hormonal e fogem um pouco do controle das próprias pessoas. Eu disse um pouco porque muitos demoram a fazer um diagnóstico médico e assim estabilizar esta questão com medicações específicas, a realização de uma dieta balanceada sem excessos e o início a um programa de exercícios dirigidos.

Trabalhar com práticas corporais com esta população (obesos/obesos mórbidos) requer muito conhecimento, em razão da falta de condicionamento físico, a dificuldade de mobilidade, a debilidade de certos órgãos vitais e a sobrecarga nas articulações, tendões e ossos ocasionada pelo grande volume de massa corporal. Qualquer erro na prescrição de exercícios pode levar a lesões e assim prejudicar ainda mais o paciente/aluno. O certo é que esteja bem ou mal diante da balança, não se pode vacilar.

O lance é realizar um “auto-investimento” e aderir o mais rápido possível á um programa de exercícios físicos. Leia novamente. Um programa de exercícios físicos, planejado e periódico e não qualquer atividade física única, solta e solitária. Algo que conte com certo planejamento realizado por um profissional da área médica que tenha continuidade. Falaremos desta tal “continuidade” à frente!

Este investimento certamente trará inúmeros retornos positivos como bem-estar e também a sobrevida. Quem não quer ganhar alguns anos a mais hein?

Uma dificuldade que as pessoas geralmente encontram ao começar um plano de exercícios é a falta de vontade em realizar este programa. Certamente, se a pessoa vai forçada, ela irá desistir. Se não sente prazer em levantar pesos, irá parar. Se não gosta de esteiras e bicicletas ergométricas, também irá parar. Se não curte as aulas de caráter aeróbio incrementadas com ritmos alucinantes, não seguirá. Veja, são inúmeras opções e cabe a pessoa encontrar o que gosta e o que sente prazer em realizar. Se não gosta de pesos, encontre alternativa trabalhando com o próprio peso do corpo. Se não gosta de correr em esteiras, procure um local ao ar livre como opção.

A este ponto o leitor deve estar se perguntando: O que este texto faz em um site específico de capoeira. Resposta: esta modalidade é uma fantástica opção para as pessoas que encontram dificuldade em dar seqüência a um plano de exercícios (a tal continuidade). A capoeira envolve ludicidade com esporte, ritmo com malhação e o mais importante: é periódica; tem seqüência. Os treinos ocorrem três ou quatro vezes por semana com duração de uma hora á uma hora e meia (para os menos empolgados) e traz consigo aquela disciplina que as pessoas na verdade querem de um programa de exercícios. Vejo pessoas que furavam treinos em sala de musculação semanalmente e que após iniciarem as aulas de capoeira mudaram radicalmente de conduta, com poucas faltas e maior compromisso de presença nas aulas. Lógico que isto não funciona a todos. Nem caberiam todos em nossas salas de treino Há pessoas que preferem trabalhos de musculação, outras lutas, outras aulas predominantemente aeróbias com acompanhamento musical. Mas o segredo é encontrar algo que a pessoa goste; que sinta falta e que tenha continuidade. A continuidade e o prazer na realização é fundamental para um programa de exercícios entrarem no hábito da pessoa. Se a desistência ocorrer logo nas primeiras sessões, certamente esta pessoa terá dificuldade em tentar novamente.

Atualmente, já presenciamos que alguns métodos de treinamento, em especial, ginásticas ritmadas com coreografias, se baseiam em alguns movimentos das lutas para comporem um sistema de exercícios aeróbios de alta intensidade. Com a capoeira não foi diferente. Seus movimentos, em especial os mais básicos, como a ginga e algumas variações de chutes e esquivas mais simples já estão sendo utilizadas em programas de aulas padronizados por empresas de fitness. O que pode mobilizar o praticante a buscar mais afundo os exercícios e movimentos da arte capoeira por uma questão lógica de curiosidade, encanto ou porque simplesmente funciona bem no processo de supercompensação (adaptação do organismo aos treinos).

Para os “capoeiras” mais tradicionais, ver alguns de nossos movimentos inclusos em  aulas que  nada tem a ver com um curso de capoeira é extremamente perturbador. Sinceramente não vejo problemas, pois isto de certa maneira divulga a nossa arte e pode despertar o interesse das pessoas para praticar a modalidade na sua íntegra com todos os fundamentos e tradições que encantam e envolvem as aulas de capoeira. Quem não viveu muitos anos envolvido com a capoeira e não esteve ali dentro no círculo mágico (na roda) nunca conseguirá conduzir uma aula rica e fundamentada. Então estes métodos de ginástica geral ajudam o nosso “marketing”.

Voltando aos treinos e seqüências nos treinamentos, se há disposição e certo tempo hábil, o ideal seria mesclar algumas modalidades para se obter uma resposta mais efetiva ainda. Uma ótima combinação; planejada e dividida ao longo da semana envolveria, por exemplo, trabalhos com pesos na sala de musculação, aulas periódicas de capoeira e trabalhos de natação e hidroginástica na piscina. Tudo isto voltado para cada indivíduo com treinamentos divididos e separados para não haver sobrecarga no trabalho corporal. Esta “meia verdade” de que “quanto mais melhor” nas práticas do corpo pode levar o indivíduo a exaustão com aulas de longa duração, excessos de pesos, distúrbios psicológicos como a vontade de realizar diversas modalidades no mesmo dia e tudo ao mesmo tempo (pasmem; há pessoas que passam incríveis 04 horas dentro de uma academia por dia!), o que atrapalha em muito a resposta dos exercícios ocorrendo efeito inverso em relação aos benefícios que as práticas corporais podem proporcionar. É onde entra a opinião do profissional para orientar e auxiliar o indivíduo a achar algo prazeroso e contundente para a sua saúde. E com todo este movimento pró-exercícios e qualidade de vida, a capoeira tem lugar em destaque. Basta o profissional que lida com esta modalidade atentar para os seus benefícios e oportunizá-la afinal capoeira meu camarada é tudo que a boca come! Salve.

 

Ricardo Augusto da Costa - Beija-Flor

Jornalista, Professor de Educação Física e Colunista do Portal Capoeira

Pós Graduando em Saúde Mental

e-mail: beijaflor@portalcapoeira.com

 

PLANEJAMENTO ANUAL DAS AULAS DE CAPOEIRA INFANTIL -

01/10/2012 20:56

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ANUAL
DAS AULAS DE CAPOEIRA MIRIM

(PRIMEIRA E SEGUNDA INFÂNCIA)

 

                   

    A utilização da "ferramenta" capoeira está se consolidando como disciplina no universo escolar em razão de sua abrangência e significado dentro da pedagogia. Um trabalho com base de conhecimentos, estrutura, planejamento e constante avaliação; certamente será um diferencial para o educador que busca o sucesso de suas aulas na área educacional. Pensando nesta questão, divido com os demais educadores de capoeira e interessados no assunto, um modelo de planejamento que costumo seguir tendo neste primeiro momento como objetivo, o público de crianças em primeira e segunda infância que engloba dos 02/03 anos de idade até os 10/11 anos. Este período, apesar de literalmente desprezado em relação às atividades físicas planejadas, pelas próprias leis de educação e por instituições de ensino e aprendizagem; é de extrema importância na formação do repertório motor, social, cognitivo e afetivo do indivíduo. Servirá como "alicerce" para sua educação e determinará certamente a maioria das habilidades neuro-motoras e comportamentais da pessoa. Esta proposta não se fecha num modelo ideal; longe disto!Nem possui a intenção de propor regras para o ensino da capoeira infantil. Pelo contrário; vêm a somar com demais iniciativas e contribuições que poderam ser citadas neste portal de informações. Aliás; a quantidade de bons artigos, monografias e teses aqui depositadas (Portal Capoeira); já renderiam um curso de especialização em caráter de pós graduação relacionado com autores extremamente capazes para tal. Mas isto é um sonho que um dia certamente irá se transformar em realidade. No mais, segue o planejamento proposto para as aulas de capoeira infantil.

 

Planejamento Anual de conteúdos e atividades da disciplina de Capoeira

Professor Beija-Flor (Ricardo A. Costa) CREF 052631 G/SP

(Projeto Beija-Flor)

Alunos/Alvo: Pré-Escola e Fundamental I e II

Faixa Etária: (de 03 a 10 anos) - Ênfase do planejamento: 05/06 anos

(Primeira Infância e Segunda Infância)

Turmas: Mistas (meninos e meninas) com variação de idade de no máximo 03 anos por turma trabalhada.

 

     O planejamento anual terá o objetivo de estruturar o trabalho do profissional de Educação Física e Educador de Capoeira, organizando conteúdos aplicados, resultados, atividades, avaliação e cronograma de execução mensal. Antes de iniciarmos qualquer planejamento, devemos ter em mente a quem ensinamos? Por que ensinamos? O que ensinamos? Como ensinamos? Como avaliamos? E o que foi efetivamente ensinado?

Utilizando o ensino da capoeira propomos a seguir:

 

1- Objetivos Gerais da Disciplina

2- Objetivos Específicos da Disciplina

3- Conteúdos a Serem Atingidos/Desenvolvidos

4- Metodologia para Desenvolvimento das Aulas

5- Estratégias

6- Avaliação

7- Cronograma/Previsão

 

1-Objetivos Gerais da Disciplina.

 

          Para a faixa etária em questão, espera-se que os alunos sejam capazes de:

  • Participar de diferentes atividades corporais e culturais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais.
  • Conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais de forma a poder estabelecer metas pessoais.
  • Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corporal presente no cotidiano.
  • Organizar autonomamente alguns jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais simples.
  • Ter consciência de seu corpo e de sua capacidade motora, psicossocial e psico- afetiva respeitando os seus limites e suas condições físicas e mentais.
  • Organizar-se dentro do universo da capoeira estabelecendo noções de jogo,cooperatividade, movimentos motores, roda e espaço/tempo, músicalidade e exercícios físicos.

2- Objetivos específicos da Disciplina (Capoeira).

 

  • Participação dos alunos em diversos jogos e lutas respeitando regras e não discriminado os colegas.
  • Explicação e demonstração de brincadeiras aprendidas em contextos extra-escolares.
  • Participação e apreciação de brincadeiras ensinadas pelos colegas (metodologia aberta e interativa)
  • Resolução de situações de conflito por meio de diálogo, com ajuda de professor.
  • Discussão das regras dos jogos adaptados de capoeira em proposta.
  • Utilização de habilidades dentro da roda de capoeira, tendo como referência de avaliação o esforço pessoal.
  • Resolução de problemas corporais individualmente. (movimentos de capoeira)
  • Avaliação do próprio desempenho e estabelecimento de metas com o auxílio do professor.
  • Vivência dos alunos a diversas fases de um movimento que o levem a construir o seu repertório motor (para colocarem em prática dentro do contexto jogo).

 3- Conteúdos a Serem Desenvolvidos com a prática da Capoeira.

 

  • Coordenação Motora (Fina e Grossa)
  • Equilíbrio (Dinâmico e Estático)
  • Ritmo (Dissociação Colocação no Espaço e Tempo)
  • Expressividade (Expressão Corporal) e Afetividade (Sentimentos)

 4- Metodologia para desenvolvimento das aulas.

            

  • Impedir a rivalidade de sexos, raça ou condições sociais.
  • Propor brincadeiras e jogos buscando a ludicidade e tendo em mente a aproximação de meninos e meninas, crianças que não se falam na mesma turma e alunos que se envolveram eventualmente e brigas e discussões.
  • Elogiar a cada nova conquista de movimento ou cooperação.
  • Unir o grupo criando um bom clima de trabalho.
  • Abrir espaço para as idéias e propostas das crianças em relação às atividades.
  • Adequar a linguagem e comportamento (professor) para o público alvo (crianças em primeira e segunda infância).
  • Saber dar exemplo de seu comando dentro do grupo (como professor) para obter respeito por parte dos alunos e também interação com os mesmos

 5- Estratégias.

 

  • Jogos e brincadeiras (adaptados para a capoeira) com bolas, estafetas, cones, bamboles, cordas e demais materiais
  • Rodas cantadas e cantigas referentes à capoeira e suas origens.
  • Trabalhos de Psicomotricidade
  • Danças/Tradições culturais e urbanas (maculelê, jongo, catíra, carimbó,puxada de rede)
  • Imitações, mímicas, confecção de instrumentos, aulas teóricas,
  • Jogos de regras, jogos cooperativos, jogos de sensibilização (levando em consideração as adaptações ao universo da capoeira).

6- Avaliação.

 

Critérios de Avaliação:

  • Pretende-se avaliar se o aluno demonstra segurança para experimentar, tentar e arriscar em situações propostas em aula ou em situações cotidianas de aprendizagem corporal.
  • Pretende-se avaliar se o aluno participa adequadamente das atividades, respeitando as regras, a organização, com empenho em utilizar os movimentos adequados à atividade proposta.
  • Pretende-se avaliar se o aluno reconhece e respeita as diferenças individuais e se participa de atividades com os seus colegas, auxiliando aqueles que têm mais dificuldade e aceitando a ajuda dos que têm mais competência.
  • Auto-avaliação do professor analisando o desenvolvimento e aprendizado individual conforme capacidade motora, psicológica e social do aluno.

 

7- Sugestão de Cronograma/Previsão.

 

Mês de Janeiro – Férias

Meses de Fevereiro e Março – Coordenação Motora.

Explorar atividades que incentivem a diferenciação lateral esquerda-direita, frente e fundo e construção de movimentos. Vivência dos alunos em diferentes habilidades motoras e que sejam capazes de coordená-las.

Utilizando-se da capoeira com a ginga e suas variações e movimentos de ataque e defesa.

Meses de Abril e Maio – Equilíbrio.

Percepção das sensações, limites e potencialidades do próprio corpo. Participação dos alunos em brincadeiras e jogos que permitem ampliar gradualmente seu conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento.

Utilizando-se da capoeira com as paradas de mãos e lúdicos que explorem os aús "estrelinhas" e suas variações.

Meses de Junho (Julho/Férias) e Agosto –Expressividade.

Expressar seus desejos, seus sentimentos e suas emoções. Explorar a relação do aluno consigo mesmo, com outras pessoas, com os seres vivos e com os objetos.

Utilizando-se da capoeira com as particularidades de cada criança e sua dependência; já que entram de dois em dois na roda e batem palmas e cantam em sincronia. (Observar qual ação de cada criança).

Meses de Setembro e Outubro - Ritmo.

Fazer com que o aluno consiga obter uma alternância regular de força, velocidade e duração que poderá ser motora, visual e auditiva. (Cabe ao professor observar neste momento o desenvolvimento do aluno enquanto está na roda sincronizando música e trabalho motor)

Utilizando-se ainda da capoeira com as suas músicas, o conhecimento dos instrumentos e a construção das cantigas durante a roda.

Mês de Novembro – Com os conteúdos trabalhados bimestralmente, propõe-se neste mês final, apresentações de coreografias, danças e atividades relacionadas a capoeira; onde os alunos demonstrem o aprendizado de todos os conteúdos. Fazendo assim uma relação/ligação entre coordenação motora, equilíbrio, ritmo, expressividade, afetividade e desenvolvimento dentro do jogo.

Mês de Dezembro -Férias

 

 

Elaborado por Ricardo A. Costa (Professor Beija-Flor)

São Bernardo do Campo/SP

 

email: beijaflor@portalcapoeira.com

 

 

                   

 

 

 

PLANEJAMENTO ANUAL DAS AULAS DE CAPOEIRA INFANTIL - DISPONIBILIDDE

01/10/2012 20:55

Capoei com C!!!!Criativa

01/10/2012 20:51
Capoeira Confiante Construindo Com Carinho!!!

Camarada capoeira.

Costumamos caminhar contra crises, contratempos, complicações, confluências, constrangimentos, contrariedades. Contudo colocamos capricho, carinho, conquistas, companheirismo, conhecimento, consciência, cooperação, contribuição como cuidados com capoeirandos. Convictos, conversamos com controle consertando costumeiros confrontos. Capacitamos constantemente consciências consternadas. Criamos contatos confiáveis consolidados com compaixão, carisma, conduta. Como capoeiras; cambamos, caímos, cometemos criancices, covardias, comodidades. Contudo, consternados...calamos!

Conscientes, combatemos controvérsias convivendo com constância, coragem, consonância. Contornamos catástrofes completamente coerentes com “caminhos caquéticos”. Continuamos confiando! Construímos castelos confiando, clamando camaradagem. Costumeiramente colocamos cara, coragem, carreira, conquistas como calço. Cambaleamos cordialmente, concluindo confusos como calar-se, camuflar-se consegue comprometer caminhos consistentes. Corremos como campeões canalizando correntes coesas. Conhecemos colegas, compadres, comadres, crioulos, caucasianos, cooperadores, cafajestes, crucificados, crianças, cretinos, caiporas, caipiras, convencidos, conterrâneos, corporativistas, companheiros, credores.
Caribé - Roda de CapoeiraCaribé - Roda de Capoeira

Curamos crueldades colocando como contrapartida capacidades corrompidas. Criamos confiança, confluência, condolência; conscientizando cabeças cansadas. Corrupiamos com cautela conhecendo calmamente capoeiras corretos, contrários, contemporâneos, classificados, calculistas, companheiros, coroados, corruptos, capacitados. Clamamos companheiros construindo calabouços completamente camuflados congregando cambadas. Como convulsões, castelos caem contrariando confiança, companheirismo, camaradagem. Com cadência, continuamos capoeirando, confiantes como caciques cobertos com cocares coloridos. Comparamos capoeira constantemente com caminhos congruentes. Caminhos condutores com capacidades completamente concretas. Capazes categoricamente, com classe cardeal. capoeira cai, contorna, continua conduzindo canais compatíveis. Capoeiramos, capoeirastes, capoeirás!

Continuamos como costumeiramente corrigindo cabeças confusas. Com cabeçadas conseguimos cambar capoeiristas. Compreensíveis, concluímos: cambamos como caxinguelês. Com cutiladas conquistamos cargos. Contudo criamos cobras.

Calma! Capoeiras clamam camaradagem. Compartilham companheirismos, confraternizações, contatos. Concluo confirmando com clareza: capoeira congrega, constrói, cativa, comove, carrega confiança, cautela, companhia; compromissos, camaradagens. capoeira caminha comigo, contigo, conosco, convosco!
Cordialmente

Capoeira Comum.
Colega capoeira, comente com C.

Professor Beija-Flor - Ricardo Augusto da Costa
 
Nota: Em homenagem ao poeta GOG, inspirador e criativo.

Artigo - Capoeira Infantil

01/10/2012 20:44

Crônica: "DO GIGA BYTE AO PANDEIRINHO"

 
 
Crianças no Projeto Beija-FlorCrianças no Projeto Beija-FlorA dura missão de levar a rua para dentro da escola.
 
 
Alguns dias atrás o Pedro Henrique, aluno do infantil, me explicou o que era um "giga byte". O quanto àquela unidade numérica suportava de informação e como era complexa a sua função no mundo dos chips.
Tudo em ordem, se não fosse o fato do Pedro estar com 05 ou 06 anos de idade. Ele brinca muito! Brinca quase quatro horas por dia. Brinca de entrar na internet, brinca de desmontar placas de computador e depois as monta. Brinca com o seu mundo office, world wide web e de mega bytes!

Observei muito o Pedro nas últimas aulas de capoeira e percebi a sua dificuldade em realizar movimentos motores de caráter grosso, que no geral são mais simples que os de características fina, que ele já deveria estar executando. Os pais dele, após assistirem uma apresentação na unidade de educação infantil, o matricularam na capoeira com a intenção de diversificar a maneira de brincar do pequeno Pedro. Ele ainda corre com pouca coordenação, salta com grande deficiência, quase não pula e rolar ainda é um mundo desconhecido para o Pedro assim como os “giga bytes” são para mim. O testei, colocando uma série de figuras, personagens e objetos ao seu reconhecimento. Cerca de 20 imagens dentre elas a foto de Edson Arantes, o Pelé; Zumbi dos Palmares e de instrumentos musicais como o berimbau e o agogô. Ele reconheceu somente o Chaves, do seriado infantil, os Rebeldes fruto da cultura de massa musical e o ícone tecnológico do internet explorer. Eu não poderia esperar mais! Estou propondo á ele novas brincadeiras e jogos adaptados para a capoeira e tenho realizado uma leitura de seu comportamento motor e afetivo.

Em relação à valência física de coordenação motora, observamos a capacidade de dissociação da criança no primeiro momento, para planejar o seu desenvolvimento. Esta valência está na prática de associar movimentos de membros inferiores, juntamente com movimentos de membros superiores e do tronco. As crianças apresentam muitas diferenças neste aspecto, contudo o nosso Pedrinho mal conseguia erguer um braço e a perna do mesmo lado simultaneamente. Casos assim são rotineiros dentro da educação corporal de crianças em primeira infância que contempla dos 02 aos 06 anos de idade. Não sendo a idade a única balizadora deste período. Uma criança de 05 anos nunca será igual à outra em vários aspectos só porque possuem a mesma idade. Contudo, não é raro encontramos casos similares ou ainda mais complicados como do Pedro.

A maioria das crianças nos grandes centros urbanos vive em seus apartamentos, comendo fast food e jogando play station. Nunca rodaram um pião, jamais empinaram uma raia, nem sabem o que é uma fubeca ou até mesmo não avistaram a sua frente um pé de frutas para subirem em seu tronco. Nós educadores temos a dura missão de trazer a rua para dentro da escola. Nuca será a mesma coisa. São ambientes bem distintos. Mas diante da difícil situação em que se encontram nossos pequenos, o brincar de pique esconde dentro da escola, se tornou mais presente do que as tabuadas e a gramática dos nossos pequenos prisioneiros. E isto talvez seja um ponto positivo referente à pedagogia na educação infantil da atualidade.

Nosso saudoso Jean Piaget, no seu inesquecível O Nascimento da Inteligência na Criança de 1978, acreditava que nossa gestação no útero materno é muito curta, apenas nove meses. Comparados aos outros animais, nascemos muito grandes a antes do tempo. Os bebezinhos recém-nascidos, ainda apresentam feições de feto, como se a formação biológica devesse ainda algum desenvolvimento a eles. João Batista Freire, no seu livro Educação como Prática Corporal de 2003, afirma que esta continuidade no processo de “gestação” se dá no “útero cultural”. Ou seja, nesta segunda gestação, aprendemos o que não foi aprendido na barriga da mãe. Ela acontece através da cultura e pelo resto da vida, especialmente durante a juventude. Somos, portanto, animais com extremo talento para aprender. Considerando que o meio em que vivemos não é natural, mas cultural, e que a cultura humana se altera a cada instante, precisamos, para dar conta de viver nele, aprender permanentemente.

Crianças no Projeto Beija-Flor
A nossa missão então, é fazer com que o nosso querido Pedro Henrique, seja visto como uma criança e nada mais. Um ser que não se apresenta, fragmentado ou fatiado em dados momentos; como um ser psicológico, um ser motor, um ser intelectual e um ser moral. Mas sim um ser único que deverá ser educado de corpo inteiro (FREIRE; SCAGLIA, 2003). Oferecer a ele uma “outra gestação” ampla culturalmente e bem diversificada socialmente. Uma criança que não deveria ficar quatro horas em frente á uma tela de computador e nem mesmo quatro horas gingando e dando piruetas. Alguém que não suporta ficar durante horas sentado em uma sala de aula, em frente á um quadro negro e enfileirado como um soldado do exército. A visão que se tem é que não há respeito pela imobilidade e inquietação da criança em razão de nossa imposição por padrões estabelecidos. Querer que uma criança fique quieta, sem se mexer e sem levantar durante um período de aula é anular o que ela tem de mais belo, que é a sua capacidade criativa e de improvisação em jogos, brinquedos e brincadeiras. Nós adultos, temos características de imobilidade perante aos pequenos e achamos que eles devem seguir o nosso raciocínio.

Neste ponto, as atividades corporais, de cultura, de expressão e o lazer entram com uma grande importância dentro dos primeiros anos de aprendizado. Invertem a situação estática antes mencionada. As danças, lutas e também a capoeira está a cada dia mais presente dentro das atividades oferecidas pelas escolas de educação infantil. Em geral, se bem planejadas pelo educador, são bem aceitas por pais e alunos. Só devemos entender que este seja talvez o principal período de construção de conhecimento para estas crianças. Todo repertório motor está sendo constituído nesta fase, bem como o processo de maturação biológica e concepções afetivas.

Então, a responsabilidade de quem trabalha com crianças é grande e não depende apenas de boa vontade, mas também de conhecimento no assunto e amor. Há algum tempo a informação é de fácil acesso aos educadores, só esperamos que haja busca neste sentido. Senão, nós capoeiristas em particular, não poderemos dizer a que viemos e porque fazemos de uma arte tão bela uma poderosa ferramenta pedagógica.
Talvez os “giga bytes” um dia o ajudem, mas agora só queremos que ele viva como um garoto. Um garoto de cinco anos de idade que hoje viu o mundo com as pernas para o alto.
E voltando ao pequeno Pedro Henrique, nesta manhã ele conseguiu fazer uma bananeira. A mãe dele me disse que ontem ele usou pouco o computador e construiu um pandeirinho com sucata que encontrou em casa. Talvez os “giga bytes” um dia o ajudem, mas agora só queremos que ele viva como um garoto. Um garoto de cinco anos de idade que hoje viu o mundo com as pernas para o alto.
 
Ricardo Costa - Beija-Flor

 

ARTIGO - O DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO-MOTOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

01/10/2012 20:41

 

O DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO-MOTOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Conhecendo as Teorias de Piaget para a Prática da Capoeira

 
Muito tem se discutido, em relação a melhor maneira de desenvolver a motricidade na criança. Encontramos na literatura uma série de artigos e publicações que sugerem abordagens diferentes e conteúdos específicos para se atingir o desenvolvimento motor e sensorial. Não se pode, segundo experiências no trabalho com crianças da educação infantil, se valer de um único método e assim de uma abordagem específica para atingir estes desenvolvimentos nas crianças. Cabe sim, um conhecimento das situações que são propostas por cada uma delas e uma visão que amplie a área de atuação do professor e possibilite novas estratégias para se lidar com o problema da construção motora.
 
Sabemos que a rua ainda é uma preciosa escola na formação motora da criança.

Especialmente nas regiões interioranas (em se tratando de Brasil) onde o fluxo de automóveis e a violência ainda não são comuns como nas grandes metrópoles. A criança que na rua empinou uma pipa, rodou um peão, vivenciou tradições em brincadeiras, saltou, correu, escondeu-se, e pilotou o seu carrinho de corridas, certamente já possui um repertório motor mais diverso em relação à criança que se criou dentro de um apartamento e vivenciou mais a TV e o computador do que a rua e as suas magias e complexidade de jogos e brincadeiras que ela sugere naturalmente. Com isso, muitas vezes as crianças chegam às pré-escolas com uma deficiência enorme no seu repertório motor, cabendo ao educador que trabalha o físico, diagnosticar este fenômeno e trabalhar no sentido de minimizar este problema.
 
Alunos na roda: à esquerda Ivan (Down 45 anos) à direita Vitinho (Infantil 03 anos)Alunos na roda: à esquerda Ivan (Down 45 anos) à direita Vitinho (Infantil 03 anos)FREIRE (1996) destaca em relação ao desenvolvimento motor que a psicologia infantil e depois a psicomotricidade, dedicaram parte de seus trabalhos a descrição dos movimentos que as crianças realizam ao longo de seu desenvolvimento, muitas vezes, contudo, desconsiderando aspectos fundamentais desse desenvolvimento como o cultural e o social. Ou seja, as análises pautam-se muito por aquilo que se supõe existir internamente em cada individuo do que por aquilo que lhe falta e é exterior a ele. Resumindo, o que quero dizer é que não acredito na existência de padrões de movimentos, pois, para tanto, teríamos que acreditar também na padronização do mundo.

Constato isso sim, a manifestação de esquemas motores, isto é, de organizações de movimentos construídos pelo sujeitos, em cada situação, construções essas que dependem, tanto dos recursos biológicos e psicológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive. E se não vivenciaram situações de corrida, rolamentos, construção dos próprios brinquedos e demais processos naturais do cotidiano das brincadeiras de rua, porque não trazer este universo para dentro das escolas de educação infantil e assim possibilitar a todos a ampliação do seu repertório motor e seus esquemas, como sugerido na crônica enviada a este portal anteriormente denominada “Do Giga Byte ao Pandeirinho” tratando da questão de isolamento tecnológico em contrapartida à educação através da prática da capoeira.
 
Portanto, ao descrever qualquer ação, qualquer movimento, não podemos deixar de considerar, que o ser humano é uma entidade que não se basta por si. Parte do que ele precisa para viver não esta nele, mas no mundo fora dele. Como afirma MANUEL SERGIO, citado por FREIRE (2003) o homem é um ser carente, pois lhe falta parte do que precisa para compor a vida. Nem se quer para o simples ato de respirar ele se basta, necessita para isto do oxigênio da atmosfera.

Boa parte das descrições do desenvolvimento infantil, referem-se aos atos de pegar, engatinhar, sugar, andar, correr, saltar, girar, rolar e assim por diante, movimentos que constatamos em quase todas as crianças. O que se espera é que as crianças possam, da melhor forma possível, apresentar em cada período de vida uma boa qualidade de movimentos, de acordo com certos modelos teóricos apresentados, ou seja, que aos três anos, por exemplo, corram ou andem com certa habilidade, que saltem de uma certa forma aos quatro anos, rolem de tal maneira aos cinco e assim por diante. É claro que é desejável que todos tenham habilidades bem desenvolvidas, mas o risco que se corre é o de se estreitar à visão para o problema, destacando o ato motor como alguma coisa que ocorre unilateralmente.
 
E sabemos que não é exatamente assim que devemos agir dentro da construção das habilidades desenvolvidas nas crianças. Nós professores somos responsáveis por propor, interagir e abrir espaço para auxiliar a criança neste processo e fazer com que isto se torne uma “via de mão dupla” com erros e acertos com perguntas e respostas.
 
Se não resta dúvidas de que devemos respeitar o estágio em que a criança se encontra em relação ao seu desenvolvimento global, somos responsáveis por identificar estas etapas e assim estabelecer a pedagogia correta no ensino corporal da capoeira aos nossos alunos. Muitos educadores, baseiam-se nas teorias de Piaget para que se crie base na elaboração dos planejamentos de suas aulas dentro da educação das crianças.
 
PIAGET (1982) em seus estudos sobre crianças, descobriu que elas não raciocinam como os adultos. Esta descoberta o levou a recomendar aos adultos que adotassem uma abordagem educacional diferente ao lidar com crianças. Ele modificou a teoria pedagógica tradicional que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia, esperando ser preenchida por conhecimento. Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. Ele forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais atuais.
 
De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis. A essência do trabalho de Piaget ensina que ao observarmos cuidadosamente a maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui.
 
Piaget formulou em 1923 sua teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por meio de estruturas de raciocínio que substituem umas às outras através de estágios. Isto significa que a lógica e formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da lógica dos adultos. Em muitos casos, acaba-se por desprezar esta crescente do conhecimento infantil e ao invés de buscar a solução racional de um problema que poderá surgir durante as aulas, apenas repreende-se violentamente esta criança sem respeitar a sua individualidade e a sua capacidade de transformação cognitiva. Vimos por muitos anos isto acontecer dentro do ambiente de ensino da capoeira e das mais diversas modalidades, muitas vezes por arrogância outras por simples falta de conhecimento no assunto. É de grande importância a nós, educadores físicos, conhecermos sobre os estudos de Piaget e assimilarmos a sua teoria que divide em fases, o desenvolvimento das crianças. Fases estas que são:
Fase 1: Sensório-motor
 
No estágio sensório-motor, que dura do nascimento ao 18º mês de vida, a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam. Esse estágio se chama sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais imediatas.
 
Fase 2: Pré-operatório
 
No estágio pré-operatório, que dura do 18º mês aos 8 anos de vida, a criança busca adquirir a habilidade verbal. Nesse estágio, ela já consegue nomear objetos e raciocinar intuitivamente, mas ainda não consegue coordenar operações fundamentais.
 
Fase 3: Operatório concreto
 
No estágio operatório concreto, que dura dos 8 aos 12 anos de vida, a criança começa a lidar com conceitos abstratos como os números e relacionamentos. Esse estágio é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de solucionar problemas concretos.
 
Fase 4: Operatório formal
 
No estágio operatório formal – desenvolvido entre os 12 e 15 anos de idade – a criança começa a raciocinar lógica e sistematicamente. Esse estágio é definido pela habilidade de engajar-se no raciocínio abstrato. As deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objetos concretos. No estágio das operações formais, desenvolvido a partir dos 12 anos de idade, a criança inicia sua transição para o modo adulto de pensar, sendo capaz de pensar sobre idéias abstratas. Segundo nossas experiências com aulas dentro da educação física infantil, algumas crianças demonstram, com maior rapidez o processo gradativo de evolução de seus conhecimentos. Na maioria dos casos são hiper ativos e necessitam de uma maior atenção por parte do professor e em outras vezes demonstram atitudes comportamentais diferenciadas. Ou são muito calmos e preferem isolar-se ou são de fato muito agitados e inquietos.
No geral, o comportamento das crianças, segue a teoria estabelecida em 1923 por PIAGET e evoluem de maneira lógica e igualitária. Os seus conhecimentos vão se tornando cada vez mais complexos e o educador contribuirá, através de estímulos, com este desenvolvimento. Seja ele motor, afetivo, sensorial ou psicológico. Neste sentido a capoeira se torna uma bela ferramenta para o desenvolvimento das mais diversas habilidades, cabendo ao educador sempre se situar dentro da fase que determinada criança vive naquele determinado momento.
Texto: Professor Beija-Flor (Ricardo Costa)
 

Artigo/Matéria: Autoridades reconhecem o Poder da Arte Capoeira

01/10/2012 20:33

Lula e Luís Marinho em contato com Projeto Beija-Flor: Capoeira e Cidadania

 
Capoeira: Presidente Lula e o Prefeito de São Bernardo do CampoCapoeira: Presidente Lula e o Prefeito de São Bernardo do CampoEm recente inauguração da residência terapêutica em São Bernardo do Campo, para adolescentes usuários de substâncias psicoativas, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva e o prefeito do município de São Bernardo do Campo Luís Marinho interagiram com os adolescentes e reconheceram a força das práticas da capoeiragem dentro da área da saúde pública; durante a roda realizada pelo Projeto Beija-Flor capoeira com a participação dos jovens beneficiados pelo serviço de saúde mental (CAPS Alcool e Drogas Infanto Juvenil da PMSBC) sob a supervisão do Professor Beija-Flor e de toda equipe multiprofissional formada por psicólogos, psiquiatras, professores de educação física, enfermeiros, auxiliares de enfermagem,terapêutas ocupacionais e arte educadores da Secretaria de Saúde da PMSBC . As oficinas de capoeira auxiliam na construção da autonomia, equilibrio físico e mental e beneficiam os seus praticantes nos diferentes aspectos biopsicossociais.

 

Trata-se de uma poderosa ferramenta no auxílio das terapias em atenção aos usuários de substâncias psicoativas e portadores de comorbidades psiquiátricas. Na apresentação, a vivência foi reconhecida pelas autoridades, dentre eles o Ministro da Saúde José Gomes Temporão e o Secretário de Saúde de São Bernardo do Campo Arthur Chioro , como um trabalho sólido e de importante valor terapêutico.

 

Presidente Lula no BerimbauPresidente Lula no Berimbau

Mais informações sobre as vivências de capoeira na saúde mental acesse o blog bfcapoeira.vilabol.com.br ou deixe seu comentário no Portal Capoeira.

Ricardo Costa
Professor Beija-Flor
Capoeirista, Jornalista e Professor de Educação Física
Pós Graduando em Saúde Mental
Colaborador do Portal Capoeira

 

ARTIGOS - Jovens Viciados! em Capoeira.

01/10/2012 20:27

JOVENS VICIADOS!!! EM capoeira.

 
“A capoeira no setor da saúde mental como ferramenta de desintoxicação, redução de danos e recolocação social”
Trocam o dia pela noite. Muitos estão no tráfico de drogas e geralmente são viciados em substâncias como maconha, cocaína e crack ou mesclado. Refletem aquilo que está ao seu redor: a violência, o ódio e a vingança. Ganham uns “trocos” neste negócio com as drogas trabalhando para traficantes e levando uma vida de dependência não só química, mas também financeira. Seus valores são reduzidos e geralmente a auto estima está abalada em razão da falta de apoio familiar e psicológico. De fato, uma situação difícil de lidar. Como resgatar um jovem envolvido com o tráfico e com as drogas buscando sua reinserção na sociedade e uma vida mais saudável? Ainda assim, como garantir que não recaia diante das drogas e do álcool? Esta problemática vem sendo discutida buscando-se métodos de tratamento e alternativas em auxílio para o trabalho psicológico, psiquiátrico e terapêutico. Neste contexto de discussões, insere-se a arte capoeira como um conteúdo riquíssimo de possibilidades para o auxílio dos pacientes.
 
Baseando-se nas experiências e vivências dentro do ambiente de recuperação em dependência química, observamos que através da prática da capoeira e de suas variações como os instrumentos e ritmo, a prática corporal e o esquema motor, a historicidade, o fundamento e toda a alegria e espontaneidade que sua prática proporciona, atingimos uma empatia com este jovem, normalmente rebelde e inflexível. Não esquecendo da disciplina que é colocada em prática, há ainda um sentido de beleza e troca de energias positivas quando o som flui, quando o primeiro tom sai das cordas do berimbau, quando o jovem entra na roda e transcende todos os seus limites e até frustrações. O importante é de fato ressaltar a capacidade que a arte capoeira possui de preencher qualquer tipo de lacuna/espaço.Como a água que completa todo e qualquer frasco. Como o fogo que pode através da química tomar conta de tudo o que é combustível. Como o ar que envolve a atmosfera. Enfim, algo mutável e amplamente adaptável a diferentes contextos.

Nas práticas da capoeira dentro deste setor, em primeiro momento há um olhar de resistência tanto de pacientes quanto de profissionais que lidam com adolescentes em estado de dependência química. Contudo, após a primeira etapa de apresentação e planejamento; a barreira é quebrada. E quando se ouve o som mágico da capoeira e quando todos se prontificam a somar; o contexto muda radicalmente de posição. A capoeira então passa a ser vista de outra maneira, a recepção é bem diferente e se torna um jogo onde todos ganham. Percebemos isto ao final de qualquer atividade de capoeira realizada dentro de ambientes de ressocialização e tratamento em dependência. Em geral, os jovens estão mais calmos e conseguem comentar com mais clareza sobre os seus problemas. Conseguem colocar para fora suas angústias e frustrações através de uma atividade que envolve disciplina e ludicidade, expressão corporal e esportividade.

Trabalha-se o físico e o psicológico, proporcionando um campo aberto para observações e diagnósticos deste paciente que está dialogando corporalmente, trazendo suas vivências, seus desejos e suas ambições. Por isso que um trabalho multiprofissional neste sentido, ou seja, envolvendo vários profissionais da área da saúde, é de fundamento importância para o sucesso do tratamento. Em certos casos, o jovem não consegue verbalizar de fato o que sente, mas deixa evidente em momentos de uma aula de capoeira a sua personalidade e o seu caráter. O corpo fala e devemos estar atentos para interpretar tal dialogo. Não é objetivo vender neste espaço uma imagem irreal, fora da verdade destes jovens. A capoeira talvez seja uma pequenina gota neste oceano de procedimentos e condutas para o setor de saúde mental. Mas ela está dentro, misturando-se com outras especialidades e alternativas. Somando para juntos lutarem contra um mal, talvez o pior, que assola toda humanidade. O problema com drogas e álcool é gigantesco; monstruoso. Difícil de vencer! Requer coragem, vontade, auxílio e continuidade. O rastro de violência e desgraças proporcionadas por ele é alarmente, tirando vidas e destruindo gerações. Não podemos deixar de pensar nisto. Mas quando se ouve o relato de jovens que hoje se tornaram atuantes na sociedade através de uma ajuda, um despertar, uma palavra; se atinge a glória! A sensação de dever cumprido. Que seja apenas um salvo, dentre muitos, a tocar um berimbau e jogar na roda de cara limpa, a um dia colocar em prática os seus ensinamentos; este já não estará condenado a morte precocemente.
 
Ricardo Augusto da Costa - Pro. Beija FlorRicardo Augusto da Costa - Pro. Beija Flor ...Zum Zum Zum....Capoeira Salva Um!!!
 
PROFESSOR BEIJA-FLOR
CAPOEIRA ADAPTADA
 
 

 

ESPAÇO PARA MATÉRIAS, ARTIGOS, PLANEJAMENTOS, MONOGRAFIAS E DEMAIS INFORMAÇÕES SOBRE A CAPOEIRA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA E DE INCLUSÃO

02/10/2012 23:00

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TEXTOS / FONTE: RICARDO AUGUSTO DA COSTA

 

Professor Beija-Flor

IMPORTANTE:  

QUALIDADES FÍSICAS E PSICOLÓGICAS ENVOLVIDAS NAS

VIVÊNCIAS DE ARTE CAPOEIRA (INFORMAÇÕES DE CARÁTER FISIOLÓGICO, BIOMECÂNICO

E BIOPSICOSSOCIAL)

 

FISIOLOGIA E BIOMECÂNICA

1- Resistência Aeróbica- Qualidade física que permite a um aluno sustentar,

por um longo período de tempo uma atividade física relativamente generalizada em condições
aeróbicas, isto é, utilizando diretamente o oxigênio do ar.
2- Resistência Muscular – Qualidade física que permite a um aluno sustentar o maior
tempo possível uma atividade física em condições anaeróbicas, isto é, com débitos de
oxigênio de ar nos pulmões.
3- Resistência Muscular Localizada- É a qualidade física que permite a um aluno
condições para que os movimentos sejam contínuos e a intensidade das contrações
sejam elevadas. É essencial, porém , ressaltar que a resistência muscular localizada é
uma qualidade física que abrange continuação de esforços, tanto em condições
anaeróbicas como aeróbicas.
4- Flexibilidade- Qualidade física que pode ser evidenciada pela amplitude dos
movimentos das diferentes partes do corpo. É dependente da mobilidade articular e da
elasticidade muscular. No jogo da capoeira, seja qual for o ritmo do berimbau, a
flexibilidade é necessária.
5- Velocidade de Reação- È a velocidade com a qual um aluno é capaz de responder a
um estímulo.
6- Velocidade de Deslocamento- É a capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se
de um ponto para o outro.
7- Velocidade dos Membros – È a capacidade de mover os membros o mais rápido
possível (superiores e inferiores). Na capoeira, os três tipos de velocidade acima citados
são importantes e essenciais.
8- Força Dinâmica- É a força dos músculos do corpo em movimento. Pode ser bem
evidenciada na ginga do capoeirista.
9- Força Estática – É o tipo de força que explica o fato de haver força produzindo
calor, mas não ocorrer produção de trabalho. Pode-se encontrar esse tipo de força
quando realizam movimentos de parada ou domínio do corpo.
10- Força Explosiva – É a força que pode ser explicada pela capacidade de exercer o
máximo de energia num ato explosivo (potência muscular). Esse tipo de força pode ser
encontrado nos golpes de características traumáticas.
11- Agilidade – Pode ser considerada como maior velocidade de movimento num
menor espaço de tempo. Essa qualidade física está diretamente relacionada com a
velocidade e também com a flexibilidade.
12- Equilíbrio Dinâmico- É o equilíbrio conseguido em movimento; está diretamente
ligado com a ginga da capoeira.
13- Equilíbrio Estático- É o equilíbrio conseguido numa determinada posição, está
relacionado com as paradas de corpo do capoeirista.
14- Equilíbrio Recuperado- É a recuperação do equilíbrio numa posição qualquer.
Esse equilíbrio é o mais importante num capoeirista por ser ele o ligamento de um
movimento para o outro.
15- Coordenação- É a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e
a execução na realização de uma seqüência de movimentos com um máximo de
eficiência e economia. É uma qualidade importante e necessária a um capoeirista dentro
da roda de capoeira.
16- Ritmo- É uma valência física que está intimamente ligada ao sistema nervoso. O
capoeirista adquire um alto nível de sensibilidade rítmica, pois, a capoeira é
desenvolvida ao som de instrumentos musicais (berimbau, atabaque, pandeiro, etc...).
17- Descontração Diferencial- É a qualidade física que permite a descontração de
grupos musculares. No momento em que o capoeirista ginga na roda, ele está em
descontração diferencial, está em harmonia com seu corpo, porém, pronto para qualquer
instante que necessite de tensão.

BIOPSICOSSOCIAS (PSICOLÓGICAS)

1- Atenção – O indivíduo que pratica esse esporte, necessariamente ganha essa
qualidade, pois requer: aplicação cuidadosa do espírito, estudo e ao mesmo tempo
delicadeza, já que a capoeira é uma luta-arte.
2- Percepção- Além das qualidades perspectivas de um lutador, isto é, todo o
conhecimento adquirido por meio dos sentidos, o capoeirista aguça sua sensibilidade
desenvolvendo com seriedade seu lado artístico. Um exemplo disto é que o capoeirista
aprende a tocar instrumentos e descarrega toda uma carga sentimental expressando-se
através do canto.
3- Criatividade- O indivíduo adquire um grande potencial de criatividade e rapidez de
raciocínio tanto pelo lado artístico como pelo lado da luta.
4- Persistência- Por ser a capoeira um esporte muito difícil e muito exigente, é
necessário do capoeirista muita persistência e dedicação. Daí, aflora uma das mais
importantes qualidades na vida de um ser humano. Sem persistência e dedicação é
difícil alguém chegar ao auge de qualquer que seja sua atividade.
5- Capacidade de Iniciativa- Pelo fato de a capoeira ser uma luta mesclada com arte,
é necessário saber distinguir a hora de brincar, bem como a hora de lutar, isto dentro do
universo da capoeira.
6- Auto Controle- Dentro a roda de capoeira, o capoeirista adquire o seu próprio
controle. Se para o bailarino é necessário o autocontrole da mente, e se esse auto
controle é fundamental para o lutador, imaginem o potencial do capoerista.
7- Astúcia- Fundamental a um capoeirista, muitas vezes por não saber de onde vem o
golpe, é preciso adquirir astúcia e malandragem.
8- Coragem- É uma qualidade que o capoeira, se não tem, passa aos poucos a adquirir.
Pois a capoeira tanto se desenvolve lenta e suavemente, como rápida e dificilmente.
9- Segurança- Devido a todas essas qualidades físicas e psicológicas, o indivíduo,
depois de algum tempo de estudo e dedicação, adquire muita confiança não só física
como mental.
10- Respeito ao Próximo- A qualidade mais importante para que um indivíduo seja
cauteloso e saiba respeitar o próximo. A liberdade de uma capoeirista termina quando
começa a do colega. Ser capoeira não é apenas praticar estas qualidades dentro do
ambiente de treinamento, mas sim no dia-a-dia e pelo resto de suas vidas.

 

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